As Sopa de Pedra mais do que um grupo vocal feminino dedicado ao canto a capella de canções de raiz tradicional são a prova de que é possível olhar para o futuro sem menosprezar o que está para trás, através de um revivalismo da música tradicional portuguesa com o preciosismo que tanto lhe é merecido. É através de adornos, harmonias e arranjos novos que o grupo de dez mulheres traz de novo à memória todo o esplendor do passado, usando, sempre, o instrumento mais potente que o Homem não inventou: a voz.
Neste espaço partilham o gosto pela música tradicional portuguesa e pelas composições de cantautores portugueses que nela se inspiraram como Zeca Afonso, José Mário Branco, João Loio e Amélia Muge, cujas canções integram atualmente o repertório do grupo.
O reportório do grupo inclui sobretudo música de tradição oral das várias regiões portuguesas, estendendo-se dos cânticos mirandeses de Trás-os-Montes às baladas açorianas, das cantigas de adufeiras da Beira Baixa ao Cante alentejano. Mas também há nele lugar para músicas tradicionais de outros países, como Espanha e Israel, ou para temas originais.
Tal como no conto popular da Sopa de Pedra, a criação musical começa com uma base simples – uma pedra, uma tradição, uma melodia, um cantar – a que, ao longo do tempo, se vão adicionando novas facetas e novas vozes até surgir uma harmonia viva que, de cada vez que se canta, ou de cada vez que se junta um amigo, se reinventa.