S. Pedro
Pedro Pode já foi MC de hip-hop e até baterista de uma banda de metal, mas trocou o rap pelo canto e a bateria pela guitarra, e começou a compor canções. Ganhou notoriedade enquanto líder dos doismileoito, e agora reinventa-se como S. Pedro.
A resposta às muitas ideias soltas que se acumulavam no computador e no telemóvel e que tinham de ser concretizadas. Um conjunto de canções que foi escrevendo, guardando, deixando crescer. Estavam presas como pássaros numa gaiola ou balões numa rede. E precisavam de voar.
Construiu um estúdio analógico, uma oficina de artesão. E foi gravando com tempo, em fita magnética, aperfeiçoando arranjos, acrescentando instrumentos, e convidando amigos para colaborarem.
Assim nasceu o disco “O Fim”, editado em 2017, um trabalho pessoal e transmissível, feito de canções simples, histórias quotidianas e letras que nos fazem sorrir e pensar. Canções nas quais nos reconhecemos, com versos que ficam a ressoar, alguns na ponta da língua. Métrica redonda, recorte clássico e pop diletante onde se busca o essencial, até porque «é o bis, encore que torna feia a canção».
Em 2018 regressou com um novo single, “Apanhar Sol”. Pop alegre, elegante e sofisticada, uma letra crítica e atenta à espuma dos dias. De um dia para o outro, o país inteiro acordou a cantar «Estás preso a um cabo USB / Tens dedos só para comunicar / Conversas só a escrever / Viajas sem sair do lugar». O contacto e os olhos nos olhos ao invés da mediação digital e do ecrã como espelho fosco da alma, no fundo, o conhecimento adquirido pela prática, pela tentativa e erro, é uma das temáticas caras a S.Pedro.
O regresso faz-se com a edição do novo disco em Setembro de 2019, com selo NorteSul/Valentim de Carvalho. Neste trabalho, canta-nos pequenas histórias, invariavelmente atravessadas por uma ponta de ironia e humor, mas sempre com princípio, meio e fim. Mas teremos tempo para saborear as novas canções de S. Pedro.
“Passarinhos” é o single de apresentação. Um ternurento e poético relato do quotidiano e das surpresas que a vida nos revela. «Sem tempo para pensar / Em tudo o que está para vir / Se ao teu lado é o melhor lugar / Então hoje eu só fico aqui / Podia ser sempre assim».
2020
Sábado, 25 de Julho às 22h00